O dia ja estava em seu crepúsculo, eu voltava para casa depois de um longo dia no trabalho, mal coloco os pés para fora e a chuva começa a cair, não era uma simples chuva de verão, era mais insistente e inquietante. Abro meu guarda-chuvas, pessoas ao meu redor correm para se esconder, afinal ninguém quer correr o risco de amanhecer doente, amanhã é dia útil, e todos eles precisarão estar saudáveis para mais uma rotina tediosa. Em poucos minutos já não se vê ninguém na rua, exceto um gato, que tenta se esconder numa tentativa frustrada de não se molhar. A expectativa de chegar em casa, entrar no meu quarto tomar um café e ler um livro aumenta, lá é meu templo, lá é minha zona de conforto, quando eu entrar no meu quarto vou esquecer todos os problemas do meu dia. Aumento o ritmo dos meus passos, mas estava ventando bastante, e tenho que me concentrar para o vento não virar meu guarda-chuva do avesso, molhei meu vestido, perdi meu chapéu, nessa hora nem me importava mais, pois estava a uma quadra da minha casa e aquele era só um chapéu velho. Um jovem rapaz me chama, olhei para traz assustada, não me lembrava de ter alguém naquela rua, de onde ele surgiu? Ele gentilmente me devolve meu chapéu e sorri timidamente. Me lembro que ele estava encharcado, mas não parecia se importar, deve ser daquelas pessoas estranhas e introvertidas que apreciam a chuva ao invés de fugir dela. Quero falar com ele, quero perguntar o que faz na chuva, qual seu nome, quero ter uma conversa casual até nos tornarmos íntimos e começarmos a falar sobre nosso dia. Mas, ao invés disso, agradeci, e cada um de nós seguiu seu próprio caminho. Agora aqui estou novamente, feliz, no meu quarto, sozinha, abro o livro, agora sim começa minha verdadeira historia de amor.
Por: Kisian Costa Guimarães
2 comentários:
adorei, amo a chuva... e isso foi incrivel.
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